quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Presidenta! Assim como atriz, autora, escritora, maquiadora, catadora, médica...enfim, mulher!

Presidenta, sim!

Marcos Bagno 11 de janeiro de 2011 às 10:58h

Se uma mulher e seu cachorro estão atravessando a rua e um motorista
embriagado atinge essa senhora e seu cão, o que vamos encontrar no
noticiário é o seguinte: “Mulher e cachorro são atropelados por
motorista bêbado”. Não é impressionante? Basta um cachorro para fazer
sumir a especificidade feminina de uma mulher e jogá-la dentro da
forma supostamente “neutra” do masculino. Se alguém tem um filho e
oito filhas, vai dizer que tem nove filhos. Quer dizer que a língua é
machista? Não, a língua não é machista, porque a língua não existe: o
que existe são falantes da língua, gente de carne e osso que determina
os destinos do idioma. E como os destinos do idioma, e da sociedade,
têm sido determinados desde a pré-história pelos homens, não admira
que a marca desse predomínio masculino tenha sido inscrustada na
gramática das línguas.

Somente no século XX as mulheres puderam começar a lutar por seus
direitos e a exigir, inclusive, que fossem adotadas formas novas em
diferentes línguas para acabar com a discriminação multimilenar. Em
francês, as profissões, que sempre tiveram forma exclusivamente
masculina, passaram a ter seu correspondente feminino, principalmente
no francês do Canadá, país incomparavelmente mais democrático e
moderno do que a França. Em muitas sociedades desapareceu a distinção
entre “senhorita” e “senhora”, já que nunca houve forma específica
para o homem não casado, como se o casamento fosse o destino único e
possível para todas as mulheres. É claro que isso não aconteceu em
todo o mundo, e muitos judeus continuam hoje em dia a rezar a oração
que diz “obrigado, Senhor, por eu não ter nascido mulher”.

Agora que temos uma mulher na presidência da República, e não o tucano
com cara de vampiro que se tornou o apóstolo da direita mais
conservadora, vemos que o Brasil ainda está longe da feminização da
língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma
presidenta, oficializou essa forma em todas as instâncias do governo e
deixou claro que é assim que deseja ser chamada. Mas o que faz a nossa
“grande imprensa”? Por decisão própria, com raríssimas exceções, como
CartaCapital, decide usar única e exclusivamente presidente. E chovem
as perguntas das pessoas que têm preguiça de abrir um dicionário ou
uma boa gramática: é certo ou é errado? Os dicionários e as gramáticas
trazem, preto no branco, a forma presidenta. Mas ainda que não
trouxessem, ela estaria perfeitamente de acordo com as regras de
formação de palavras da língua.

Assim procederam os chilenos com a presidenta Bachelet, os
nicaraguenses com a presidenta Violeta Chamorro, assim procedem os
argentinos com a presidenta Cristina K. e os costarricenses com a
presidenta Laura Chinchilla Miranda. Mas aqui no Brasil, a “grande
mídia” se recusa terminantemente a reconhecer que uma mulher na
presidência é um fato extraordinário e que, justamente por isso,
merece ser designado por uma forma marcadamente distinta, que é
presidenta. O bobo-alegre que desorienta a Folha de S.Paulo em
questões de língua declarou que a forma presidenta ia causar
“estranheza nos leitores”. Desde quando ele conhece a opinião de todos
os leitores do jornal? E por que causaria estranheza aos leitores se
aos eleitores não causou estranheza votar na presidenta?

Como diria nosso herói Macunaíma: “Ai, que preguiça…” Mas de uma coisa
eu tenho sérias desconfianças: se fosse uma candidata do PSDB que
tivesse sido eleita e pedisse para ser chamada de presidenta, a nossa
“grande mídia” conservadora decerto não hesitaria em atender a essa
solicitação. Ou quem sabe até mesmo a candidata verde por fora e azul
por dentro, defensora de tantas ideias retrógradas, seria agraciada
com esse obséquio se o pedisse. Estranheza? Nenhuma, diante do que
essa mesma imprensa fez durante a campanha. É a exasperação da mídia,
umbilicalmente ligada às camadas dominantes, que tenta, nem que seja
por um simples -e no lugar de um -a, continuar sua torpe missão de
desinformação e distorção da opinião pública.

Marcos Bagno é professor de Linguística na Universidade de Brasília

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Filmes interessantes








Sentir a necessidade de postar uma lista dos filmes mais interessantes ligados direta ou indiretamente à Educação que conheço e que de alguma forma marcou alguns dos meus inúmeros pensamentos:






  • Escritores da Liberdade (Freedom Writers, EUA, 2007), onde mostra a paixão de uma professora pela sua profissão e sua incessante luta contra uma má formação de seus alunos em uma escola excludente. Vale a pena assistir e refletir sobre o trabalho pedagógico que anda sendo feito por nós educadores em sala de aula e sobre nossas responsabilidades como mediadores do conhecimento.

  • O Sorriso de Monalisa, 2003 é um filme norte-americano que traz em seus bastidores romance, conflitos sociais. O melhor de tudo foi que quando assiti pela primeira vez estava tendo grandes questionamentos sobre o real conceito de arte e como essa pode passar valores sociais, econômicos e políticos na sociedade vigente. É claro que esse não é o único ponto a ser observado nesse filme. Vale pensar no modelo de gestão que a escola asume e como esta consegue direcionar o ensino e manipular o metódo utilizado pelo professor.

  • Quase Deuses, a história real de Viven Thomas produzida em 2004, é um filme que traz muitos pontos relevantes. Racismo, preconceito, devoção, persitência, amor à profissão.

  • Nenhum a menos, é um filme chinês produzido por Zhang Yimou em 1999. Traz a visão de uma aldeia chinesa que abriga uma escola primária que não possue estrutura alguma para funcionar como tal, mas abriga muita confiança na educação. Uma jovem menina tem a função de ensinar para um turma e não deixar que nenhum destes abandonem à escola,mas deivido a necessidade de ganhar dinheiro, um aluno sai da escola.No meio desse conflito, nasce o afeto, a reponsabilidade juntamente com o dever de trazer este aluno de volta à sala de aula. Altamente recomendado.

  • Crianças Invisíveis é um filme coletivo internacional incluindo diversos diretores de todos os continentes, dessa forma abrigando vários conflitos sofridos pelas crianças de todo o mundo. Seja no continente Asiático, no Africano, Americano e no Europeu. Vejo este como um denúncia para que sejam reconhecidas todas as crianças e os problemas que estas infrentam no cotidiano.que muitas vezes se tornam inivisíveis pelo mundo.

  • Vista minha pele, uma divertida paródia da realidade racial brasileira. Mostra como seria uma sociedade e uma escola que fosse dirigida e manipulada pelo povo negro e tendo o povo branco como submisso. Como seria? Muito intrigante e reflexivo sobre nossos comportamentos perante a desiguladade racial.

  • Kirikou e a feiticeira, desenho françês autamente recomendado para ser incluído a história e a cultura afro brasileira nas séries iniciais. Traz valores como honestidade, persistência, inveja, dor, paz, diversidade etnica,isso tudo pode virar uma "arma" pedagógica poderossíma na mão de um professor que saiba como trabalha-lo em sala de aula.


  • Filhos do Paraíso do diretor iraniano Majid Majidi, traz uma narrativa fantástica sobre a história de vida de um menino pobre de uma famiília pobre que estuda em uma escola pobre e os diversos porblemas infrentados para este para com a família e com a escola.Muito interessante, emocionante, com certeza nos traz muitos questionamentos sobre a vida que levamos.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

In(ex)clusão Digital


Essa postagem nasce de uma interação mais que positiva com uma matéria que estudei no 3° semestre do meu curso de Pedagogia na UNEB,
EDUCAÇÃO E TEC. DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO,onde pude entender mais uma vez que existem vários angulos sobre uma questão. E essa questão me inquietava: A inclusão diigital nas escolas, essa geração de novas tecnologias da informação e da comunicação funciona msm no sistema educacional?

Exitem muitas pessoas que não acreditam e nm creditam nenhum louvor à Educação a Distância, visto que essa já está mais do que difundida no Ensino Superior, mas será que nós brasileiros estamos mesmo capacitados para leva-la com boa qualidade? Será que nossos alunos, filhos estão tendo interação positiva com o computador e com a intenet? Será que nós seres humanos em uma epóca em que se tem tantas distúrbios causados pelo sistema emocional,como o stress, a depressão, a agressividade, será que tanta distância, tanta "evitabilidade" nos faz bem? Já que estamos falando em "nossos tempos", levemos em conta a correria do cotidiano, a necessidade que temos de estar sempre nos aperfeiçoando, em que cada vez mais é preciso ter várias jornadas de trabalho para ter uma padrão de vida razoável. Então considerar uma forma de educação que não nos cobre tanto tempo, tanto desgaste fisico, deslocamento no espaçom seria uma boa?
Existem duras criticas à essa nova modalidade de educação, como também esxitem novos benefícios vindos com esta. Como qualquer coisa existente nesse mundo não consegue agradar a todos, o objetivo aqui é defender a forma como essas tecnologias estão sendo introduzidas no contexto escolar.

A escola possue estrutura para ter um laboratório de informática? Oferece um professor que tenha uma graduação que contemple essas area de conhecimento ou só possuem técnicos que ensinam a nossa antiga"aula de informática" nos explicando o que é monitor, o que é cpu...blá, blá....Existe um mundo inteiro dentro dessa modalidade nova. Só depende do professor e da escola fazer bom uso desta.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Educação, Diversidade e Cidadania


Um importante intelectual brasileiro diz que “a questão racial parece um desafio do presente, mas tem sido permanente”. (IANNI, Octávio, A Dialética das Relações Sociais).

O quanto nós educadores temos feito em termos de reflexões, críticas e ações sobre a questão racial no contexto escolar?
Será que temos analisado a nossa postura frente ao diferente?
Como perceber o racismo dentro dos limites da escola?

É importante que se perceba o racismo que ainda esta vigente em todo o sistema brasileiro, desde a imagem passada pela TV, jornais, livros, até o comportamento que temos no nosso dia-dia frente ao negro.

-O Brasil é um país mestiço! Não existe preconceito, muito menos descriminação na sociedade brasileira!Então, pra que uma Lei que inclua a história e a cultura afro-brasileira no curriculo escolar? Pra que falar do Preto? Pra que falar de Candomblé?

São essas as falas que são reproduzidas cotidianamente nas ruas, nas filas de banco, na escola, na política.

Mas será que é justo dar aulas de história, abordando as primeiras civilizações sem dizer que o Egito fica na África? Sem salientar que os primeiros povos eram negros? Será que não é necessário que nossas crinças saibam que a África não é um país puramente selvagem, desértico? Será que poderemos renegar toda a cultura e influência importada pra cá como o samba, a capoeira, a feijoada,entre outras infinidades.

O papel do professor deve ser fator primordial? Como vou me preparar para essas aulas? Destruirei os preconceitos estabelecidos dentro de mim para não serem levados para a sala de aula?
Continuaremos a reproduzir um sociedade excludente?

Responda-me, professor!



Silva, Caroline